Uma carga era de filé mignon e a outra de cerveja.
Os acusados
vão responder pelos delitos de furto e falsa comunicação de crime
Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG)
de Santos esclareceram dois supostos roubos de cargas. Os crimes, na realidade,
não ocorreram, mas foram inventados pelos motoristas, responsáveis pelo desvio
dos carregamentos que transportavam.
Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias
Júnior, os acusados André Rodrigues de Oliveira, de 31 anos, e Washington
Freitas Lana de Oliveira, de 40, foram indiciados em inquérito pelos delitos de
furto e falsa comunicação de crime. As investigações prosseguem para
identificar outros envolvidos nos esquemas.
“Todo furto ou roubo de carga que chega ao nosso
conhecimento é meticulosamente apurado a partir das informações das vítimas.
Fazemos diligências com elas nos locais que afirmam terem sido abordadas e
libertadas pelos assaltantes. Com essa checagem, eventuais contradições e
mentiras vêm à tona”, explica o chefe dos investigadores Paulo Carvalhal.
Filé mignon
André Rodrigues de Oliveira disse que foi rendido
por um ladrão armado na Rua XV de Novembro, no Centro de Santos, no início da
manhã de 30 de março, quando realizaria a entrega de filé mignon a um
restaurante. Logo em seguida, surgiu um segundo ladrão e ambos sequestraram o
motorista junto com o furgão no qual estava o produto, avaliado em R$ 19,5 mil.
A suposta vítima declarou que a mercadoria se destinaria
a vários estabelecimentos, ocorrendo o roubo no momento da primeira entrega.
Ainda conforme ela, ainda no Centro de Santos, foi obrigada a passar para um
“Chevette preto”, no qual foi encapuzada.
Posteriormente, o carro a deixou na Rua Maria
Patrícia, no Santa Maria, onde já estava o furgão, mas sem a carga. Ao
reconstituir o trajeto informado pelo motorista, a equipe da DIG observou que
no local da abordagem existe uma câmera de segurança da Prefeitura.
“Solicitamos as imagens do equipamento à Prefeitura
e elas revelaram que, além de não acontecer o roubo, o motoristas sequer
estacionou o seu veículo ali”, informou o delegado. Intimado para prestar novo
depoimento na DIG, André assistiu a gravação na presença dos investigadores e
foi desmascarado.
O acusado, então, afirmou que carregou o furgão com
a carne em São Paulo, sendo “aliciado” por outro motorista no pátio da própria
transportadora para participar do desvio da carga. André identificou quem o
recrutou pelo apelido de “Dinho”, a quem dera a chave do veículo.
Embora tivesse recebido a promessa de “ganhar um
dinheiro”, André afirmou que nada lhe foi pago. Segundo ele, Dinho saiu com o
furgão pela Zona Oeste da Capital e retornou cerca de meia hora depois com ele
vazio. Em seguida, a vítima seguiu direto ao 5º DP de Santos para registrar o
roubo fictício.
Na área desse distrito fica o Santa Maria, bairro
onde a suposta vítima teria sido libertada pelos ladrões. Porém, o boletim de
ocorrência foi encaminhado posteriormente para a DIG, que possui um setor
especializado na repressão a furtos e roubos de veículos e cargas.
FONTE: EDUARDO VELOZO FUCCIA 16/05/2017 SERVSEG
Compilação: Carlos BARROS DE MOURA
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