No
mundo empresarial, existem inúmeros métodos e critérios para se realizar uma
avaliação de riscos, e o modelo adequado dependerá, em maior ou menor grau, de
fatores como a natureza operacional, do tamanho, da tecnologia instalada, de
sua localização geográfica, dos seus objetivos estratégicos, dentre outras
tantas questões particulares a cada atividade. Quando na existência de
operações de compra e venda internacional, o processo de análise passa a se
tornar ainda mais importante e necessário, visto a extensão e criticidade do
risco, ou seja, da diversidade de elementos, fatores e intervenientes
envolvidos no processo, gerando, assim, elevados níveis de ameaças.
Dentro
do ponto apresentado e atuando em conformidade com os mais criteriosos
programas de Supply Chain Security, como, por exemplo, C-TPAT (Customs-Trade
Partnership Against Terrorism), ISO 28000:2009 ou AEO (Authorised Economic
Operator), é recomendado que as empresas mantenham um processo estruturado e
documentado de como efetuar uma gestão de riscos na cadeia logística, o qual
deverá estar baseado em concordância com o modelo de negócio e de acordo com as
necessidades desse modelo por cada empresa, evitando, assim, uma adoção
genérica do processo.
Assim,
ainda como exemplo pelo acima citado, orienta-se que as empresas certificadas
considerem que, além da documentação, estas também possam revisar, pelo menos
de maneira anual, tais processos, para poder gerar a correta manutenção e
permanência no programa. Ainda, para que uma empresa elabore uma boa prática de
análise de riscos, é fundamental iniciar por embasar os processos em conceitos
claramente estabelecidos, como segue:
Análises:
Refere-se ao estudo pormenorizado de cada parte de um todo, para conhecer
melhor sua natureza, suas funções, relações, causas, efeitos etc., aplicado por
meio de dados de uma pesquisa ou de uma avaliação crítica de processo ou
método.
Riscos:
Entendido como a combinação entre a probabilidade de ocorrência de um
determinado evento (aleatório, futuro e independente da vontade humana) e os
impactos (positivos ou negativos) resultantes, caso ele ocorra.
Análise de riscos na cadeia logística internacional: Análise de todos os atores/empresas que possuem
contato direto com a mercadoria ou a informação referentes aos processos de
importação e exportação.
Auditoria interna:
Processo realizado por uma pessoa e/ou departamento, incumbido pela direção da
empresa para efetuar as verificações necessárias e avaliar os sistemas e
procedimentos da empresa, com vista a minimizar as probabilidades de fraudes,
erros ou práticas ineficazes.
Auditoria externa:
Exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas em uma determinada
empresa, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as planejadas
e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e adequadas
(em conformidade) à consecução dos objetivos. Realizado por uma empresa e/ou
consultor externo.
Por onde devemos iniciar a análise dos riscos?
A
regra de ouro é que nunca devemos assumir de forma integral que um parceiro
comercial esteja cumprindo com os requisitos de segurança. Digo
sempre e aqui enfatizo para o seguinte: "CONFIE, PORÉM SEMPRE VERIFIQUE".
Os riscos estão disseminados por todas as partes e se podem classificar em
riscos globais, nacionais, regionais e locais.
Como
foi dito no início deste artigo, não existe uma técnica específica para a
realização de uma análise de riscos, ela depende de inúmeras variáveis. Por
exemplo, o C-TPAT recomenda de maneira geral as seguintes etapas que devem
compreender um processo de análise de riscos, o qual pode ser modificado
segundo as características das atividades da empresa:
1. Realizar um mapeamento do fluxo de embarque e
identificar todos os intervenientes (parceiros comerciais contratados
diretamente ou indiretamente).
2. Realizar uma análise de risco focada em:
terrorismo, contrabando de materiais ilícitos, de contrafeitos, de pessoas, da
atuação do crime organizado, avaliar países ou regiões que podem aumentar o
risco de tais ameaças e classificar determinados riscos em Alto, Médio e Baixo.
3. Realizar uma análise de vulnerabilidade, de
acordo com os requisitos e classificar as vulnerabilidades em níveis Alto,
Médio e Baixo.
4. Elaborar um plano de ação para os riscos
identificados.
5. Documentar de forma estruturada, em uma política
ou procedimento, para a realização periódica e consistente das análises de
risco.
FONTE: 28/07/2017 - ADUANEIRAS - SERVSEG
Autor: DANIEL GOBBI COSTA
Graduado
em Administração de Empresas e habilitação em Comércio Exterior, com
especialização nas áreas de Logística, Qualidade e Gerenciamento de Projetos.
Atua, desde 2007, em atividades de Auditoria e Consultoria nas áreas Logística
e de Comércio Exterior participando de projetos de implementação e manutenção
de controles internos. Professor da Devry do Brasil, unidade Metrocamp de
Campinas
Compilação:
Carlos BARROS DE MOURA
EXPERTISE EM SEGUROS
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