O que passa
pela sua cabeça quando você escuta a expressão “Gestão de Riscos”? Se você é da
área de TI ou conhece os conceitos do PMI (Project Management Institute) para
gestão de projetos, você certamente já ouviu falar sobre isso, muito embora
provavelmente não utilize seus princípios regularmente.
Os leigos poderiam dizer que Gestão de Risco é atividade inerente dos
bancos, das seguradoras, das empresas de crédito, de engenharia, dos hospitais
etc. É fato que a Gestão de Risco é bastante aplicada onde o risco para o
capital é mais evidente (investimentos, reservas etc) e às pessoas que têm
atividades de risco. Nos ambientes empresariais ou organizacionais onde há
governança corporativa efetiva, a gestão de risco é conhecida e implementada –
uma vez que os riscos corporativos precisam ser identificados, tratados e
monitorados.
No Brasil, o IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
- divulga um manual que trata desse tema e o Banco Central obriga que as
instituições financeiras tenham uma estrutura de gerenciamento de risco
operacional.
Quem não conhece bem o tema pode achar que para realizar a Gestão de
Riscos é necessário utilizar muitos recursos, ter uma formação com muitas horas
de estudo ou mesmo ter uma área dedicada para este fim. O importante é avaliar
o quanto a gestão de riscos pode ser benéfica à sua organização - e começar.
Não é necessário dominar todos os conceitos da norma ABNT NBR ISO 31000
(“Gestão de riscos – Princípios e diretrizes”, de 2009), basta conhecer os
principais conceitos e ter regularidade, pois os riscos mudam com o passar do
tempo.
A sua empresa possui uma área Comercial, de Marketing, ou de RH? Alguma
delas utiliza a Gestão de Riscos? Processos de trabalho e projetos de qualquer
área podem ter seus riscos gerenciados, em prol da organização.
Como exemplo dos mais diferentes tipos de riscos os quais poderemos
vivenciar, vou usar um personagem fictício: o Carlos Silveira, um coordenador
de Recursos Humanos de uma empresa brasileira que precisa organizar um evento
ao ar livre na cidade de São Paulo, o qual contará com palestras e almoço. Há
inúmeros riscos os quais precisam ser considerados neste caso: pode chover;
algum palestrante pode faltar; alguma autoridade no assunto pode estar na
cidade (e que pode ser convidada para o evento); haver problemas com a empresa
contratada para o almoço; entre muitos outros riscos.
É necessário refletir a respeito do que pode dar certo e do que pode dar
errado. Outro exemplo, mas este real, aconteceu na entrega do último Oscar -
quando houve um problema na entrega dos envelopes relativos ao anúncio do
melhor filme. No planejamento deste evento, alguém poderia ter se perguntado “E
se um apresentador receber o envelope errado?” O que deve ser feito para
garantir que o apresentador vai receber o envelope certo? E se ainda assim ele
receber o envelope errado, qual deve ser o “Plano B” de ação?
Os gestores mais experientes têm mais facilidade para identificar riscos
em suas áreas de atuação. Estes muitas vezes são considerados cautelosos demais,
às vezes até pessimistas. Por outro lado, aqueles com pouca experiência não
conhecem a gama de oportunidades e ameaças que o futuro pode proporcionar. O
que importa é a preocupação de tentar “visitar o futuro”, indagar de forma
organizada o que pode ajudar ou atrapalhar o seu objetivo, e não apenas contar
com a experiência (que é importante, mas que é um “olhar para o passado”) e com
a intuição. Ao explicitar os riscos de forma sistematizada, melhora-se a
organização e a comunicação; ao registrar a evolução do risco, passa-se a ter
memória e o aprendizado organizacional é aumentado.
A Gestão de Riscos precisa ser aplicada de forma mais ampla, pois seus
benefícios podem ser extremamente úteis em áreas onde a gestão não é
tradicionalmente utilizada. Os gestores que lidam com planejamento, objetivos,
metas, projetos e processos, precisam estar preparados para incidentes, eventos
não-programados, vulnerabilidades e todos os riscos existentes - e para aqueles
que ainda estão por vir.
Marcos Villas é M.Sc. em Computação, D.Sc. em Administração,
sócio-fundador da RSI Redes (www.rsiredes.com.br)
e professor da PUC-Rio.
FONTE: Escrito por Karina
Côrtes =
Publicado no www.segs.com.br
27/04/2017
Compilação: Carlos BARROS DE MOURA
EXPERTISE EM SEGUROS
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