DIRIGIR POR REGIÕES COM HISTÓRICO DE
ALAGAMENTOS ENCARECE SEGURO DO CARRO
FONTE: LEANDRO ÁLVARES - SÃO PAULO
11/03/2018 02h00
Furto e roubo sempre vêm à mente dos
motoristas ao contratar um seguro para o carro, mas nem todos lembram de
conferir se a apólice cobre danos causados por fenômenos naturais, como os
temporais que alagam ruas.
A gerente de negócios Luanny
Faustino, 35, diz que só descobriu que seu Renault Logan tinha esse tipo de
proteção após ficar presa em uma trecho inundado.
"Saí para comprar uma pizza
perto de casa e, de repente, começou a chover demais. A rua estava alagada, mas
dois carros que estavam à minha frente conseguiram passar. Como tinha uma
criança pequena comigo, resolvi tentar", afirma Luanny.
Ela conta que um ônibus que passava
ao lado jogou muita água sobre o Logan, que parou de funcionar.
O motor do sedã fundiu após o
incidente. "Fui informada de que apólice cobria esse tipo de sinistro, mas
precisei arcar com a franquia de R$ 3.500", diz Luanny.
Caso fizesse o serviço por conta
própria em uma oficina independente, a gerente de negócios gastaria por volta
de R$ 5.000.
OSASCO, SP, 01.03.2018, 11h: Retrato
de Luanny Faustino, 35 anos, gerente de negócios. Ela é dona de um Renault
Logan, cujo motor fundiu ao passar por uma rua alagada. A seguradora arcou com
o conserto, após o pagamento de franquia. (Foto: Rafael Roncato/Folhapress, SUP.
VEÍCULOS) ***EXCLUSIVO FOLHA***
A gerente de negócios Luanny Faustino
com seu Renault
O DOBRO DO PREÇO
Quem circula ou estaciona em regiões
com histórico de alagamentos paga mais pela apólice do automóvel, segundo Paulo
Marchetti, diretor-executivo do site de cotação de seguros Compara Online. A
empresa fez uma pesquisa de custos em diferentes bairros de São Paulo.
De acordo com levantamento, a
cobertura compreensiva para um Volkswagen Gol chega a ficar 128% mais cara em
uma rua do Ipiranga com histórico frequente de inundações do que em um CEP da
Vila Mariana onde não ocorra esse problema.
O cálculo considera o mesmo perfil de
motorista.
As seguradoras analisam a ocorrência
antes de liberar a indenização em caso de alagamento, e esse procedimento é
demorado. No exemplo de Luanny, foram dois meses até o Logan ser consertado.
"Se comprovarem que houve
agravamento de risco desnecessário, como atravessar a enchente por conta
própria, a seguradora pode se recusar a cobrir as despesas das avarias",
afirma Marchetti.
Segundo Alessandro Rubio, coordenador
técnico do Cesvi/Mapfre (Centro de Experimentação e Segurança Viária), nenhum
carro foi desenvolvido para transpor ruas alagadas. "Se a água ultrapassar
a metade da roda, há risco de entrar no motor e causar quebra."
A parte elétrica também pode ser
afetada, o que vai acontecer se o carro estiver em um trecho intransitável, diz
o consultor técnico Lothar Werninghaus.
"As unidades eletrônicas ficam
em um ponto mais alto do carro para evitar que sejam afetadas pela água. Uma
possível queima de módulo ocorrerá somente se o veículo ficar submerso e
estiver ligado", diz o consultor.
Compilação: Carlos BARROS DE MOURA
EXPERTISE
EM SEGUROS
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