A tecnologia
transforma o cotidiano de todos, sem nenhuma exceção. O mercado de seguros não
escapa à regra, e com os segurados cada vez mais conectados à Internet e ao
mundo mobile, a melhor forma de encontrá-los e atender às suas necessidades é
através dela. Inovações estão se desenvolvendo em vários países, apoiadas por
seguradoras, insurtechs – startups que focam no desenvolvimento de tecnologia
para o mercado securitário – e corretores, todos visando uma melhor experiência
no momento de proteger o patrimônio dos clientes e aumentar seu volume de
negociações.
Em uma pesquisa feita pela FIS Global com 500 profissionais do mercado
segurador, nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, 80% deles concordaram que
seu negócio precisa se modernizar para sobreviver às mudanças no mercado.
Grande parte das inovações são financiadas por seguradoras, por demandarem alto
orçamento em desenvolvimento, implementação e manutenção, e dentre estas
mudanças, algumas são criadas para auxiliar diretamente no crescimento e modernização
das corretoras.
As seguradoras têm investido no uso da telemática – tecnologia que conta
com a transmissão computadorizada de dados e informações a longas distâncias
para analisar o comportamento e perfil do segurado – tornando mais eficaz a
precificação de apólices e facilitando a rotina dos corretores. O recurso é
recorrente para contratações de seguro auto, tendo casos em que aplicativos
instalados no smartphone do condutor possibilitam mensurar a velocidade média
que ele dirige, as regiões que estaciona, ou até mesmo se trafega com as
janelas abertas. Há empresas no exterior, como a American Family Venture, que
cruza os dados de telemática obtidos com imagens de satélite e de drones para
realizar vistorias de sinistros. Inclusive, no Brasil já se encontra empresas
de tecnologia e informação, como a CEABS Serviços, desenvolvendo softwares de
telemática próprios para a reconstrução de acidentes, auxiliares na prevenção
de fraudes.
Mas não só no seguro auto se adequa o uso dela, apólices de seguro saúde
e vida também podem ser calculadas com base em uma análise comportamental dos
segurados feita por aplicativos de monitoramento. A startup americana Lumiata,
em parceria com seguradoras, financiou a criação de Risk Matrix, sensores que
mensuram os níveis de glicemia e colesterol dos segurados, bem como seus
batimentos cardíacos em tempo real, apenas pelos seus celulares. O mesmo tem
sido feito por outras seguradoras que buscam novas formas de modernizar seus
produtos, mas, vale ressaltar que o uso da telemática deve ser autorizado pelo
segurado.
No exterior, outra inovação que também se apoia simplesmente no uso de
smartphones são os seguros on-demand. Seguradoras têm firmado parcerias com
insurtechs, e até mesmo entre si, para disponibilizar aos clientes a opção de
contratar seguros por períodos mais curtos, como semanas, dias ou horas.
Após
instalar aplicativos, os usuários podem contratar a proteção para itens
específicos, como bicicletas, câmeras fotográficas, equipamentos esportivos, ou
até mesmo residências e carros, pelo período que desejarem, geralmente, pagando
por cartão de crédito.
O aplicativo Trov foi o primeiro exemplo de seguro on-demand a se
popularizar com mais de 1 milhão de itens portáteis assegurados, disponível
apenas na Inglaterra e na Austrália, Trov tem seu lançamento previsto para os
Estados Unidos ainda neste ano. Após ele, vários outros seguros on-demand
surgiram, usando, normalmente, armazenamento de dados para calcular as
apólices, e chatbots para atendimento. No Brasil, a corretora bemseguro.com.vc
e a Porto Seguro desenvolveram uma iniciativa nesta linha ativada por
geolocalização, que ao entrar em um aeroporto, o cliente recebe a proposta de
um seguro viagem.
A geração de leads, embora já existente há algum tempo no mercado de
seguros, é outra inovação que vem sofrendo impacto da tecnologia e se tornando
cada vez mais acessível aos pequenos e médios corretores. Leads são informações
de contato de clientes interessados em receber cotações. Usando estratégias de
marketing digital, como anúncios no Google, geradoras de leads obtêm, com
consentimento, telefone e e-mail dos prospects que pesquisaram recentemente
sobre seguros. Antes vendidos somente em grandes volumes, os leads agora também
passam a ser disponibilizados no varejo, dando flexibilidade aos corretores.
Uma dessas empresas é o MercadoLead.com , onde o corretor pode fazer o
cadastro gratuito e pagar somente pelos leads que escolher. A conversão média
de venda para leads é estimada em cerca de 20%, destaca Marcelo Hallack, sócio
do MercadoLead. Segundo ele, para alcançá-la, o corretor deve se adaptar a este
novo tipo de negociação, “vender para leads é diferente de vender para
indicações de amigos ou clientes. O corretor precisa reservar algum tempo para
aprender e ajustar seu processo de vendas”.
Com o intuito de aumentar as oportunidades de vendas para os corretores
e melhorar a experiência dos segurados, principalmente, os mais jovens, a
tecnologia do mercado de seguros tem se aprimorado, seja com o auxílio de
ferramentas de busca na Internet, satélites ou aplicativos. Porém, de acordo
com o relatório da FIS, 99% dos entrevistados afirmaram enfrentar obstáculos
para proporcionar esta inovação. O principal desafio apontado por eles são os
custos, mas a necessidade do investimento é reconhecida por todos que atuam no
setor e cada profissional deve adotar a que for mais estratégica para seu
negócio.
FONTE: 25 Junho 2017 Escrito por Bárbara Braga – Grupo Segs
Compilação: Carlos BARROS DE MOURA
EXPERTISE
EM SEGUROS
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